Sonhos em Amarelo: o Garoto que Não Esqueceu Van Gogh
Quando a arte é uma questão de vida ou morte
Ana Lúcia Brandão
"Sonhos em Amarelo" é um texto literário criado a partir de uma suposição cheia de imaginação. Como teria sido a convivência da família do carteiro Joseph Roulin com o pintor Van Gogh?
A resposta é elaborada a partir do olhar sensível e lapidado do escritor Luiz Antonio Aguiar. Aguiar é um autor de literatura juvenil bastante conhecido e premiado. Segundo historiadores da arte, o período da convivência entre a família Roulin e Van Gogh foi a época de maior criatividade do pintor e se refletiu nas suas obras mais conhecidas até hoje. São dessa época os quadros "Vinhedo Vermelho", "Os Girassóis" e "O Garoto de Quepe".
A família Roulin era muito simples e passou a conviver com o pintor quando este levava uma vida muito solitária. O filho do carteiro Roulin, Camille, de onze anos, tornou-se especialmente próximo de Van Gogh. A amizade entre os dois tornou-se muito estreita porque o menino demonstrava ser mais sensível à arte do que o pai. Ao ver o mestre pintando, acompanhava suas idéias e expressão, inclusive emitindo opiniões que o pintor respeitava e assimilava. Desse modo, o menino assistiu a seus momentos de tensão criativa e também a seus arroubos de realização. Camille e sua família acompanharam também o desequilíbrio psíquico vivido pelo pintor que levou à sua internação e à sua morte. Mantiveram-se durante todo o tempo firmes no respeito e na admiração que sentiam por tão ilustre amigo.
O texto é de grande qualidade literária. Fica a ressalva de que a editora poderia ter dedicado um maior apuro visual ao livro, inserindo as imagens dos quadros comentados.
Indicações
Pelo teor poético e pela qualidade literária, a obra é uma boa indicação para alunos dos dois últimos anos do ensino fundamental II e do ensino médio, nas áreas de português, artes, geografia e ciências.
Sonhos em Amarelo: o Garoto que Não Esqueceu Van Gogh
Luiz Antonio Aguiar
Editora Melhoramentos
114 págs.
Fonte: é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC/SP, analista e consultora na área de literatura infanto-juvenil, e autora do livro infantil "A Lenda do Amaru" (Paulinas). 96 págs.
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